A imagem de gatos lhe era muito forte. Quando criança via a sua gata nos telhados dando para diversos gatos e lhe impressionava a violência do ato, os berros, as patadas, o fato de lhe comerem sem que ela os autorizasse, pelo menos não por completo, tendo que haver uma espécie de imposição. E mesmo com esse aprendizado, quando mais tarde se tornou homem, não tinha vontade e nada impunha a nenhuma mulher. Com as santas era santo e só ia longe com as libertinas.
A sua gata dos grampos era um libertina. Discreta e quase careta nos meios sociais, surpreendera-o louca na cama. Não que ela conduzisse tudo, pelo contrário, mas sabia mostrar-lhe até onde queria e podia ir. E ele sempre só ia até os limites impostos, de modo que se fosse gato, não deixaria prole.
Foi assim que se viu sozinho aquela tarde. Queria que ela tivesse ficado para almoçar, mas ela sempre fazia só o que queria. E quando fez menção de ir, ele até ameaçou trancar-lhe no quarto, brincando. Mas ao mínimo sinal de descontentamento e impaciência dela, cedeu.
Logo estava a pegar grampos sozinho pela casa vazia e bagunçada.
3 comentários:
Uau. Miau. Miuau.
Também sou do tipo dos grampos, confesso.
E do tipo dos gatos, confesso.
Amei o texto, my friend!
Você (de novo) por aqui.
Bom te ler.
beijo,
Antonia
continua, óbvio.
agora estou esperando.
Aninha
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